A NOSSA VILA

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JUROMENHA

Juromenha é uma freguesia portuguesa do concelho do Alandroal, com 33,05 km² de área e cerca de 100 habitantes.

Situada num ponto estratégico de travessia do rio Guadiana, a dois passos de Espanha e da vizinha Olivença, Juromenha encontra-se a 18 km a nordeste do Alandroal, 16 km a sudoeste de Elvas, 17 km a leste de Vila Viçosa, e 11 km a noroeste de Olivença.

São antigas as origens de Juromenha, que ocupou a honrosa função de sentinela do rio Guadiana, que corre a seus pés. A sua origem perde-se na noite dos tempos. Sem provas, quer-se que tenha sido fundada por galo-celtas, por volta de 400 a.C. Embora existam vestígios romanos, é muito improvável que tenha sido fundada por Júlio César em 50 a.C., com o nome de “Julii Moenia” (Muralhas de Júlio). Outra lenda dá-a como fundada pelos visigodos, onde estaria a origem do seu nome, numa princesa de nome Menha a quem um irmão queria arrancar um juramento indecoroso (- Jura, Menha, que não!). Tal lenda não é digna de crédito, independentemente da sua beleza, pois surge muito depois da fixação do topónimo.

Foi conquistada aos mouros (então com o nome de Julumaniya, que por uma leitura imprópria do árabe foi transcrita por alguns historiadores como Chelmena) por D. Afonso Henriques, em 1167. Após a pacificação da fronteira em 1297 (Tratado de Alcanizes), D. Dinis mandou reedificar as muralhas e o castelo de Juromenha, dando-lhe foral em 1312. As suas terras ficaram dentro da área atribuída à Ordem de Avis. Nela decorreram alguns episódios importantes durante as guerras da Restauração (século XVII) e Peninsular (século XIX).

No período da Restauração, o velho Castelo de Juromenha cedeu lugar a uma nova fortaleza, projetada no sistema de Vauban. A importância de Juromenha era essencialmente militar e estratégica, protegendo, à retaguarda, Olivença, uma urbe alentejana que, cercada por Castela/Espanha por três lados, constituía sempre um quebra-cabeças para as chefias militares portuguesas.

Em 1801, o local voltou a ser protagonista da História de Portugal, e por alturas da Guerra das Laranjas, conflito que ficou a dever o nome a um gesto sedutor de Manuel Godoy, Príncipe da Paz e generalíssimo do exército espanhol que, aquando do cerco de Elvas, enviou um ramo de laranjeira e os respetivos frutos à rainha Maria Luísa de Espanha, junto com a mensagem: “Eu careço de tudo, mas sem nada irei para Lisboa”. A Guerra das Laranjas levou à conquista da Vila de Juromenha em 20 de Maio de 1801. Alguns meses depois, foi devolvida pelos espanhóis, mas sem a parte do Concelho a leste do Guadiana, no qual se inclui a aldeia de Vila Real, a mais rica em termos agrícolas desde sempre.

Após a sua anexação no concelho do Alandroal, Juromenha iniciou um processo de declínio, acentuado na década de 1920, quando a população abandonou totalmente o espaço intramuros, desenvolvendo-se o arrabalde em torno da ermida de Santo António, que é hoje o núcleo fundamental da vila.

Recentemente, a Fortaleza de Juromenha tem a decorrer obras de consolidação e restauro dos parâmetros do perímetro abaluartado exterior e cerca islâmica e medieval interior da Fortaleza. A intervenção é apoiada pelo programa operacional regional Alentejo 2020 e envolve um investimento de cerca de cinco milhões de euros.

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