RELATO I RIO RUGBY OLDIES 2007

Passado cerca de ano e meio, o C.R.J. voltou a terras de além-mar, deslocando-se, desta vez, à “Cidade Maravilhosa”, Rio de Janeiro, onde, alguns membros da nossa equipa de veteranos, tiveram oportunidade de participar no I Rio Rugby Oldies. Uma comitiva bem menos numerosa do que aquela que se deslocou a Natal, Rio Grande do Norte, em Abril de 2006, mas que, mesmo assim, conseguiu deixar uma excelente imagem do nosso clube e da nossa região, como pode ser comprovado pelas inúmeras mensagens de felicitações que nos têm chegado. 

Chegámos dia 13 de Novembro e instalámo-nos no Hotel Orla Copacabana, localizado junto ao Forte de Copacabana, em frente da famosa praia com o mesmo nome. Nessa noite estivemos reunidos com o Ricardo Di Sipio, o “Chava”, argentino radicado no Rio de Janeiro, que jogou Rugby em Itália, um dos grandes mentores do Rio Rugby Oldies, que em boa hora decidiram organizar, e que nos forneceu todas as informações necessárias para a nossa participação naquele evento. 

No dia seguinte tivemos um contacto mais real com a cidade do Rio de Janeiro e pudemos confirmar a justiça da denominação de “cidade maravilhosa”. Aproveitando um bonito dia de Sol, infelizmente dos poucos que tivemos nestes dias, e depois de uma retemperadora manhã na praia de Copacabana, fomos até ao “Pão de Açúcar”, donde pudemos desfrutar duma visão magnífica da cidade do Rio, que com as suas praias, morros, lagoas e bonitos edifícios, cria um cenário com uma harmonia tal, que faz dela, sem qualquer dúvida, uma das mais bonitas do Mundo. 

No final da tarde, fomos até ao posto 8 da praia de Ipanema, local onde todas as 4ª feiras o pessoal do Rugby do Rio se encontra para jogar um “touch”, e que foi escolhido para recepção a todos os participantes do Torneio. 

Aqui tivemos o primeiro contacto com o Rugby local, e pudemos verificar o excelente trabalho desenvolvido, confirmado pela presença de grande número de pessoas, entre elas muitos “meninos das favelas”, que não falham um treino ministrado pela simpática Sara, uma australiana, filha de um antigo “wallabie”, há uns anos no Brasil . 

Enquanto revíamos alguns elementos da equipa espanhola “Pata Negra”, muitos deles pertencentes aos veteranos do CAU Rozas, de Madrid, com quem o Clube de Rugby de Juromenha jogou, em Março, no Torneio de Puerto de Santa Maria, pudemos colher algo sobre a experiência do mundo oval nesta região, com alguns amigos entretanto conhecidos, como o Fábio e sua simpática mulher Simone, o Hélio, ambos jogadores de Niterói, e o Rodolfo Carugatti, o “Tucumano”, outro dos grandes impulsionadores do Torneio, que nos acompanhou no jantar de confraternização, que se seguiu no Barril 1800, um dos restaurantes de referência desta zona de Ipanema. Este jantar resultou num agradável convívio, principalmente pela presença dum simpático contingente feminino, constituído pelas nossas amigas Tatiana, Aline, Manuela e Giselle. 

Dia 15 teve lugar o primeiro dia de jogos, no campo da Aeronáutica, onde há a lamentar a falta dos nossos assistentes Fary e Richie, que não conseguiram aguentar a dureza da noite anterior, e não puderam dar o apoio que os nossos atletas esperavam. Juntámo-nos aos argentinos do DAOM,  de Buenos Aires, que também não tinham uma equipa completa, e fizemos uma equipa luso-argentina, com a qual defrontámos as 2 equipas brasileiras presentes, em jogos na variante de 12. 

O primeiro encontro foi com o Niterói, equipa constituída por antigos campeões do Brasil e por alguns jogadores ainda em actividade. O jogo foi disputado num excelente ritmo, por vezes fugindo ao espírito dum encontro de veteranos, e foi vencido pela equipa brasileira por 2 ensaios a 1. O 2º. jogo, também muito disputado e equilibrado, contra a equipa do Rio Rugby, saldou-se por uma vitória por 2-1 da nossa equipa. 

A 3ª. parte foi bastante animada e nela pudemos degustar um excelente churrasco, superiormente acompanhado por um “Anta da Serra” tinto, gentilmente oferecido pela Adega Cooperativa de Redondo, e que fez a delícia dos presentes. 

O dia seguinte, infelizmente muito chuvoso, foi dedicado ao turismo, e nele tivemos a grata possibilidade, entre outras coisas, de poder visitar o mítico Maracanã e passear pelo Sambódromo.

Sábado, dia 17, deslocámo-nos a Niterói, ao Campus da Universidade, local onde se disputava, em simultâneo, uma etapa do circuito brasileiro de Rugby de 7, masculino e feminino, o que proporcionou um agradável ambiente de Rugby. Esteve presente a equipa dos Orixás, de S.Salvador da Baía, muito bem orientada pelo português José Pestana Alpuim, antigo jogador do Direito e árbitro, que tem feito, naquela região, um trabalho notável de divulgação do Rugby, e através deste de inserção social. Nesta equipa joga Elson, ex-jogador do Vilamoura e que já representou o C.R.J. num torneio, com quem confraternizámos durante algum tempo, ficando no ar a possibilidade duma futura visita àquela histórica cidade do Nordeste brasileiro.

Disputámos apenas um encontro de Rugby de 15, com o Niterói, equipa que nos havia vencido dois dias antes, numa espécie de final do torneio. O Domigos, eu e o Bota Luz, que jogámos na primeira linha, mais o “Fintas”, que jogou a “arrière”, juntámo-nos novamente ao Alejandro”Chabal”, ao Santi, ao Chelo, ao Pipa e outros amigos argentinos e efectuámos um excelente jogo, tendo vencido por 4 ensaios sem resposta, 2 deles marcados  pelo nosso “Fintas”, João Zuquete, melhor jogador deste jogo e provavelmente do Torneio. Resta acrescentar que neste dia já tivemos o apoio imprescindível dos nossos técnicos de balneário Fary e Richie… 

O jantar de encerramento teve lugar na Churrascaria “Estrela do Sul”, em Botafogo, onde fomos presenteados por um excelente rodízio de carne, uma vez mais acompanhado pelo vinho “Anta da Serra”, e a que não faltou, para digestivo, um bom medronho algarvio, levado pelo nosso amigo Bota Luz. 

O jantar, como é habitual nestas situações, decorreu num ambiente de festa, deixando a vontade de voltar em breve. O clima vivido dentro de campo entre os elementos da nossa equipa, estendeu-se à terceira parte, ficando a certeza do Clube de Rugby de Juromenha ver o seu leque de atletas e amigos reforçado para a vida, com estes novos amigos argentinos que tão bem souberam sentir o peso da nossa camisola, da mesma forma como nós sentimos a deles. Fica a promessa duma breve visita a Buenos Aires, para aí voltarmos a jogar com os nossos companheiros argentinos e e podermos visitar a sede do nosso clube… 

Em termos pessoais, quero agradecer o prémio que me foi atribuído, da mesma forma que quero deixar um abraço sentido ao Juan Pardal, árbitro dos jogos da Aeronáutica.

Terminado o jantar fomos até á “Mangueira”, uma das míticas salas de samba do Rio, que apresentava um extarordinário ambiente, como que uma antevisão do Carnaval, apesar de estarmos ainda a mais de 2 meses de distância… 

Domingo foi dia para retemperar forças na praia de Ipanema, onde pudemos desfrutar de toda a sua beleza e de quem por lá passava.

O tempo que restou foi aproveitado para o turismo, tendo no dia seguinte visitado o Corcovado, local donde pudemos, uma vez mais, contemplar toda a beleza que a cidade do Rio de Janeiro nos pode proporcionar, bem como a Tijuca e a Praia da Barra. 

Na noite da despedida fomos até à Lapa, verdadeira zona cultural da cidade, cheia de bonitos bares, um pouco à semelhança do nosso Bairro Alto, onde, num deles, “Céu Aberto”, tivemos a felicidade de assistir a um espectáculo inolvidável de Eliane Faria, filha do famoso Paulinho da Viola, artista que alia à sua qualidade uma simpatia extrema. 

Finalmente chegou o dia da partida, dia de despedida duma fantástica viagem em que, para a história, fica o registo, como o nosso amigo Juan Pardal fez questão de realçar num dos e-mails que enviou, da primeira presença dum clube de Rugby português no Rio de Janeiro, precisamente o Clube de Rugby de Juromenha.

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