Uma delegação do Clube de Rugby de Juromenha, constituída por Domingos Coruche, Fábio
Mateus, Francisco Baltazar, Francisco Moita e Paulo Jaleco, deslocou-se a Santo Domingo,
capital da República Dominicana, para participar na celebração do 40º. Aniversário do Rugby
naquele país caribenho, cuja cerimónia comemorativa ocorreu no dia 28 de Abril de 2012.
O convite partiu do secretário-geral da Federação Dominicana de Rugby, FedoRugby, José
Mary Collado, através do nosso comum amigo Manolo Calzadilla.
Os elementos do nosso Clube ficaram instalados no Hotel Be Live Hamaca, em Boca Chica,
onde puderam descansar e desfrutar das belas águas do Caribe, entre uns quantos tragos de
rum.
Do programa desportivo fazia parte um Torneio de Veteranos, que se disputou em dois dias,
num campo de basebol adaptado, na Facultad Pedro Henriquez Ureña, em Santo Domingo.
Participaram as equipas dos Old Boys de Santo Domingo, Miami Pegasus R.C., dos USA, Blue
Lions, equipa de veteranos do Teque Rugby Club, de Mendoza, Argentina, que apresentava
alguns nossos velhos conhecidos como Copo e German “Gallego” Casado, que representou o
Clube de Rugby de Juromenha, no I Chilean Golden Oldies Rugby, em Villarrica, em Novembro
de 2010. Estiveram também presentes alguns veteranos das Ilhas Virgens Britânicas, e Trond
Are Johnsen, que se deslocou da Noruega com os equipamentos dos “Old Ruggers of Norway”,
e que conjuntamente com os elementos do C.R.J., se integraram numa equipa com os norte
americanos, que equipada com a camisola azul celeste da equipa norueguesa, defrontaram os
argentinos no jogo inaugural do Torneio. Antes do início dos jogos foi prestada uma pequena
homenagem àquele que introduziu o Rugby na República Dominicana em 1972, Jean-Paul
Bossuge, na altura vice-cônsul de França naquele país, que num breve discurso contou
algumas peripécias relacionadas com a introdução da bola oval naquelas paragens. No 2º.
encontro, que opôs os Blue Lions aos Old Boys de Santo Domingo, tive a honra de ser
convidado por Miguel Ruiz, membro da selecção dos Pumas que disputou o Mundial de 1999,
a juntar-me à equipa mendocina. Os jogos terminariam com um encontro entre a equipa local
e o misto “norueguês”, equipa onde jogaram o Domingos e o Xixico.
Terminados os encontros, dirigimo-nos a um “colmado”, no centro de Santo Domingo, para a
terceira parte, onde fui na companhia de Salva Mudo, velho conhecido dos Veteranos de
Derecho de Madrid, que não via há alguns anos e vive em Santo Domingo, com o qual recordei
histórias e jogos passados. No “tercer tiempo”, entre uma “Presidente” e um “Barceló”,
pudemos saber mais do Rugby dominicano e matar saudades da Argentina, em particular de
Mendoza, onde em Novembro de 2010, o C.R.Juromenha defrontou os Tortugas de Cuyo, num
célebre jogo em que alinharam pelas nossas cores, precisamente 3 elementos do Teque Rugby
Club, Gonzalo Carballo, Martin Calle e Charly ”Chocolate” Castillo.
Dois dias depois estava programada mais uma jornada desportiva, que constou apenas de um
jogo entre o misto americano-norueguês-português e a equipa de Santo Domingo, que se
exibiram perante uma bancada bem composta, por alguns exemplares da beleza feminina que abunda naquele país. Houve ainda tempo para presenciarmos uns jogos de Rugby feminino e
doe escalões jovens.
Confesso ter ficado surpreendido pela qualidade apresentada pela equipa dominicana, que
embora muito faltosa, joga um Rugby muito mais evoluído do que esperaria, aliando uma boa
condição física a uma velocidade pouco comum no escalão de veteranos. É notória a falta de
condições, mas é superada por uma entrega a todos os títulos louvável.
A caminho do jantar, escutámos na rádio, uma publicidade na rádio a um restaurante
argentino chamado “ Patoruzu”, nome dum índio Tehuelche da Patagónia, o herói mais
popular da banda desenhada argentina, nome do Clube de Trelew que o C.R.J. defrontou na
primeira visita à Argentina. Lembrámo-nos de ir tirar uma fotografia para enviar aos nossos
amigos do Patoruzu R.C. e encetámos uma odisseia por Santo Domingo, que quase nos fazia
atrasar para o jantar de cerimónia.
O jantar de cerimónia, comemorativo do 40º. aniversário do Rugby na Republica Dominicana,
teve lugar num restaurante típico, muito bonito, chamado “Conuco”. À chegada deparámos
com um show de dança merengue, em que a fantástica bailarina dançava, imagine-se, apoiada
no gargalo de uma garrafa de rum. Todos fomos dar um pé de dança com a dita bailarina, mas
ninguém conseguiu acompanhá-la, apesar do Tito Moita evidenciar ter arte para a dança.
O jantar, com menu típico dominicano, foi muito bem servido, num verdadeiro ambiente de
festa, onde era evidente a emoção dos nossos amigos dominicanos, em especial do Presidente
da Federação, Rafael Sori. Perto de nós ficou um francês basco Guy Cadillon, um jovem com
mais de 70 anos, um verdadeiro contador de histórias, que nos convidou a assistir ao 40º.
aniversário da sua equipa de veteranos, Club Archiball Côte-Basque, em Junho, em Biarritz.
Na troca de lembranças, entreguei uma placa alusiva a esta efeméride da parte do Clube de
Rugby de Juromenha e também da Federação Portuguesa de Rugby, tendo recebido uma por
parte da FedoRugby, que abrilhantará a sala de troféus do nosso Clube, para juntar às
memórias das nossas digressões. Após esta cerimónia, cheia de momentos de plena emoção,
ainda houve tempo para um animado convívio entre os elementos das várias equipas, bem
como a normal troca de endereços, que terminou, já tarde, como seria de esperar, com
cantorias luso-argentinas. Daí seguimos de volta a Boca Chica para uma última e muito dura
noite…
Mais uma bonita página na vida do Clube de Rugby de Juromenha, que teve nos seus
elementos, Domingos Coruche “El Jabali”, Fábio Mateus “El Gordo”, Francisco Baltazar “El
Tartamudo”, Francisco Moita “El Viejo” e Paulo Jaleco “El Japonês”, uns dignos representantes.